29 de jul. de 2012

MAL DOS TRÓPICOS (Cannes 2004)


Mal dos Trópicos
Sud Pralad
, 2004
Tailândia/França/Itália/Alemanha
Drama - 118 min.
Direção e roteiro: Apichatpong Weerasethakul

Elenco
: Banlop Lomnoi, Sakda Kaewbuadee, Huai Dessom, Sirivech Jareonchon, Udom Promma


O nome do diretor é quase impronunciável e o filme segue essa incógnita de se traduzir pra tentar entender algo que mistura sentimentos de dois em um. Não se pode questionar que se trata de um filme dois em um, duas histórias, dois elementos em uma obra genial sobre a simplicidade de amar sem peso de nada.
Keng e Tong sao os dois jovens apaixonados que vivem na mesma cidade, curtem futebol, reunioes em família e vida noturna, mas Tong - que trabalha no campo - desaparece quando animais começam a aparecer decapitados na regiao e Keng - o soldado - parte floresta adentro pra resgatar o maior sentimento que se pode preservar... O que nos deixa cheio de reflexões, num escuro quase que mudo. O sentimento que preservamos pode estar ali na floresta, cheio de confrontos com fantasmas. Segundo a lenda da região, um homem pode se transformar num animal e é tentando desvendar mistérios como esse que o filme se estende e entende seu espectador.







Divirtam-se.


8 de jul. de 2012

A quem nos lê,

Semana que vem, Filmes aos domingos está de volta, com mais autores escrevendo sobre BONS FILME [sic].

Um@ beij@ e até lá,
Cesar R.

6 de mai. de 2012

A quem me lê,


Devido a compromissos diversos, "Filmes aos domingos" ficará em recesso nos meses de maio e junho. Mas não se preocupem: a partir de julho, voltarei ao blogue com mais bons filmes.


Um abraço,
Cesar R.

A Onda

O professor de Ensino Médio Rainer Wenger (Jürgen Vogel) tem que ensinar autocracia na semana da disciplina eletiva, apesar de querer dar aulas sobre anarquia. Como os alunos também não demonstram interesse pelo tema, Rainer decide fazer um experimento prático com seus alunos, em que mecanismos do fascismo e do poder são acionados durante as aulas. O movimento é batizado de "A Onda" e extrapola os limites da sala de aula ao longo da semana, tomando proporções preocupantes, uma vez que os alunos tomam para si os conteúdos abordados. Este filme é um remake de The Wave (1981) e baseado no ensaio The Third Wave (A Terceira Onda), do professor de História Ron Jones, que relata sua experiência em uma escola da Califórnia no ano de 1967.


Cenas marcantes:

Durante uma festa, Dennis fala para um amigo: "Me diz uma coisa: contra o que a gente vai se revoltar hoje em dia? Parece que mais nada vale a pena. A gente só quer se divertir. O que falta para nossa geração é um objetivo comum para unir a gente". O amigo responde: "Mas essa é a marca da nossa geração. Dá uma olhada. Qual a pessoa mais procurada no Google? A maldita da Paris Hilton".

Rainer faz seus alunos "marcharem" na sala de aula, fazendo muito barulho. Diz a eles: "Aos poucos, estamos nos tornando uma unidade. Este é o poder da união".

Todos os alunos do curso sobre autocracia usam o uniforme proposto por Rainer - camisa branca e calça jeans -, exceto Karo. Ela observa a empolgação de seus colegas com "A Onda".

À noite, os alunos colam adesivos e grafitam o símbolo d'"A Onda" pela cidade..

Em uma briga entre alguns membros d'"A Onda" e punks anarquistas, Tim assusta a todos.



A primeira vez em que vi A Onda:

Como alguns professores do curso de Licenciatura comentaram sobre esse filme, decidi assistí-lo em 2011. Foi fácil me envolver com os personagens e a história, mesmo que (ou, neste caso, justamente porque) sejam planos e bastante claros. Também gostei muito da simetria entre o começo e o final do filme.







A ONDA [Die Welle]. Direção: Dennis Gansel. Produção: Christian Becker. Alemanha:  Rat Pack Filmproduktion, 2008, DVD.

29 de abr. de 2012

A vida durante a guerra

Todd Solondz retoma neste filme - onze anos depois, com um novo elenco - quase todos os personagens de Felicidade: Joy (Shirley Herdenson) Trish (Allison Janney), Timmy (Dylan Riley Snyder), Bill (Charán Hinds), Allen (Michael Kenneth Williams), Andy (Paul Reubens), Billy (Chris Marquette), Chloe (Emma Hinz),  Helen (Ally Sheedy) e Mona (Renée Taylor); personagens novos também aparecem: Harvey (Michael Lerner), Jacqueline (Charlotte Rampling) e Mark (Rich Pecci). Ao longo da história, o lema de "perdoar e esquecer" é discutido pelos personagens, cujas vidas continuam marcadas pelos acontecimentos do passado, estejam eles cientes ou não disso.




Cenas marcantes:

À mesa em um restaurante com Allen, Joy diz ter tido um déjà vu. Eles conversam e uma garçonete chega para os atender.

Andy aparece para Joy e eles têm um longo diálogo sobre o passado.

Timmy chega em casa chorando e confronta sua mãe, Trish, a respeito de seu pai, Bill.

Bill bebe com Jacqueline. Ele diz a ela: "As pessoas não podem evitar, se são monstros". Ela completa: "Não podem ser perdoadas, também".

Os colegas de faculdade de Billy falam sobre seus pais problemáticos.



A primeira vez em que vi A vida durante a guerra:

Em 2011, ao encontrar por acaso o DVD de A vida durante a guerra em uma livraria, percebi que se tratava de uma continuação de Felicidade, mesmo que isso não estivesse expresso na sinopse do filme. Não gostei dele quando o assisti pela primeira vez, havia considerado desnecessária essa retomada. Depois, revendo-o em outros momentos, percebi que se trata de um filme muito bem construído e que ele pode ser apreciado tanto individualmente como ao lado de Felicidade.






A VIDA DURANTE A GUERRA [Life during wartime]. Direção: Todd Solondz. Produção: Christine Kunewa Walker, Derrick Tseng. Estados Unidos: Were Work Works, 2009, DVD.

22 de abr. de 2012

Viver a vida

Considerada a primeira obra-prima de Jean-Luc Godard, Viver a vida é um filme dividido em doze atos que contam a história de Nana (Anna Karina), uma moça de vinte e dois anos que se separa de Paul (André Labarthe) e que, diante de suas dificuldades financeiras, decide prostituir-se. Em seu percurso pela prostituição, Nana é apresentada por sua amiga Yvette (G. Schlumberger) a Raoul (Saddy Rebbot), que se torna seu cafetão, além de ter conversas com Luigi (E. Schlumberger), um velho filósofo (Brice Parain) e um jovem rapaz (Peter Kassowitz). Em francês, a expressão “viver a vida” funciona como gíria para descrever prostituição; a partir dessa expressão, Godard traz em seu filme reflexões filosóficas sobre o ato de viver. 



Cenas marcantes:

Nana e Paul terminam sua relação em um bar, de costas para o espectador.

Assistindo a Joana D'Arc, Nana chora.

Nana diz a Yvette: "Acho que somos sempre responsáveis por nossas ações. Somos livres. Eu levanto minha mão, eu sou responsável. Eu viro minha cabeça, eu sou responsável. Eu estou infeliz, eu sou responsável. Eu fumo um cigarro, eu sou responsável. Eu fecho meus olhos, eu sou responsável. Esqueço que sou responsável, mas eu sou".

Em um momento de descontração, Nana dança e sorri, observada por Raoul, Luigi e o jovem rapaz.

O velho filósofo conta a Nana uma passagem do livro Os Três Mosqueteiros, o que os leva a uma longa conversa filosófica sobre a linguagem e o amor.



A primeira vez em que vi Viver a vida:

Comprei o DVD de Viver a vida em 2011, pois estava sentindo necessidade de conhecer mais os filmes de Godard. Ao assistí-lo, fiquei muito desperto e atento (geralmente, filmes em preto e branco me dão sono e acabo cochilando no meio deles), achei que a história de Nana foi contada de uma maneira bastante elegante e inteligente, me identifiquei um pouco com a personagem e foi impossível para mim não fumar muitos cigarros enquanto via Nana e seus interlocutores conversando e fumando.







VIVER A VIDA [Vivre sa vie: film en douze tableaux]. Direção: Jean-Luc Godard. Produção: Pierre Braunberger. França: Pléiade, Pathé, 1962, DVD.

15 de abr. de 2012

Pepi, Luci, Bom

Em seu primeiro longa-metragem, Pedro Almodóvar conta a história de três amigas muito diferentes umas das outras: Pepi (Carmen Maura), que é sustentada pelos pais, tem sua virgindade tirada à força por um policial (Félix Rotaeta); Luci (Eva Siva), uma mulher de quarenta anos com desejos masoquistas, é casada com o policial que violentou Pepi; Bom (Olvido Gara), uma jovem lésbica, é a líder da banda punk Bomytoni. Quando Pepi, querendo vingar-se do policial, apresenta Bom a Luci, esta abandona seu marido. As três frequentam as noites underground de Madri, divertem-se e seus laços se estreitam enquanto o policial também busca vingança. Destaque para as participações especiais de Cecilia Roth e do próprio Almodóvar. O roteiro foi adaptado da fotonovela "Erecciones Generales", que Almodóvar pretendia publicar em circuito underground, por incentivo da atriz e amiga Carmen Maura.




Cenas marcantes:

Pepi e Luci tricotam e conversam. Bom chega.

O ganhador do concurso "Grandes Ereções" escolhe seu prêmio.

Pepi diz ao seu pai po telefone: "Vou provar para você que posso viver da imaginação".

Propagandas das calcinhas Ponte.

Pepi diz a Luci e Bom: "Somos pervertidas e modernas. Vamos!".





A primeira vez em que vi Pepi, Luci, Bom:

Foi em 2011, quando encontrei uma gravação do filme exibido na Rede Bandeirantes nos anos 1990. As vinhetas da Copa do Mundo na gravação tornaram o filme ainda mais kitsch aos meus olhos; e, mesmo com as precariedades desse primeiro longa-metragem (ou talvez justamente por elas), Pepi, Luci, Bom ganhou um lugar especial no meu coração.






PEPI, LUCI, BOM [Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón]. Direção: Pedro Almodóvar. Produção: Ester Rambal, Pastora Delgado, Pepón Coromina. Espanha: ?, 1980, DVD.